quinta-feira, 19 de abril de 2012

Hanna Reitsch (*29/03/1912†24/08/1979)

Hanna Reitsch nasceu em Hirschberg, cidade da Silésia (região da atual Polônia), em mar./1912. Seu pai, médico oftalmologista, desejava que Hanna seguisse a carreira de medicina, embora ela tivesse interesse em aviação. Cursou medicina por algum tempo em Rendsburg. Em 1932, aos 20 anos, começou a pilotar planadores. No ano seguinte largou os estudos para se dedicar em tempo integral à aviação, inclusive como instrutora de pilotagem. Logo ela começou a bater recordes de vôos em distância, uma mania mundial naquela década. Em 1937 foi a primeira mulher a cruzar os Alpes à bordo de um planador. Ainda no mesmo ano bateu recorde de distância em helicóptero. No ano seguinte foi campeã nacional de vôo planado.
Hanna tornou-se piloto de testes da Luftwaffe em vários projetos de aviões militares. Por suas habilidades e extrema simpatia a propaganda nazista transformou-a numa celebridade nacional. Durante a 2ª Guerra Mundial ela foi piloto de teste do caça à jato Me-163 Komet, projeto revolucionário. Num destes vôos ela sofreu um sério acidente que a deixou hospitalizada por cinco meses, muito embora este fato não abalasse sua paixão por voar. Desta forma Hanna tornou-se a piloto favorita de Hitler a ponto deste condecorá-la com a Cruz de Ferro 1939 1ª Classe (vide postagem aqui), uma raríssima homenagem para mulheres. Com o prestígio em alta aproximou-se dos oficiais do alto comando da Luftwaffe como Ernst Udet, Robert von Greim e Hermann Göring. Durante o inverno de 1943-44 ela esteve engajada no projeto de um avião-suicida, similar ao kamikaze japonês, sob o comando do Tenente-coronel-SS Otto Skorzeny (veja bio aqui). O projeto foi alvo de desconfiança por parte dos comandantes da Luftwaffe e abandonado um ano depois, à contragosto, pelo ditador.
Durante os últimos dias da guerra, Hitler convocou o Coronel-general von Greim ao bunker onde se protegia, em Berlim, a fim de entregar-lhe o comando-geral da Luftwaffe após a exoneração por traição do Marechal Göring. Hanna, por sua longa experiência, foi escolhida para conduzir von Greim em vôo muito arriscado próximo da artilharia antiaérea do inimigo. A bordo de um avião leve e voando à baixa altitude, numa rota pouco comum de aproximação, Hanna alcançou uma rodovia improvisada de pista de pouso nas proximidades do bunker e conseguiu aterrizar apesar do pequeno avião ter sido atingido pelo fogo das tropas soviéticas já bastante próximas da Chancelaria do Reich. Von Greim foi ferido na perna. Era 26/04/1945. Ambos passarm dois dias no abrigo subterrâneo sob intenso bombadeio russo e, por ordem de Hitler, foram autorizados a novamente escapar de forma improvisada, sem antes levarem consigo duas cápsulas de veneno para o caso de serem capturados. Voaram pra fora de Berlim à bordo de uma avião de treinamento sob pesado tiroteio dos soviéticos que não conseguiram derrubar a pequena aeronave.
Mas a guerra já estava chegando ao seu final e ambos acabaram presos pelos norte-americanos. Von Greim, amante de Hanna Reitsch, suicidou-se ainda na prisão em 23/05/1945 e ela foi submetida a longo interrogatório. Seu pai, num ato de desespero, matou sua esposa, sua outra filha e três netos antes de atirar contra sí em sua cidade-natal, Hirschberg.
Hanna sobreviveu à guerra  e continuou a trilhar sua carreira de piloto depois de libertada. Na década de 50 quebrou vários recordes de altitude de vôo e foi campeã da Alemanha. Na década seguinte foi convidada para comparecer nos EUA onde foi recebida na Casa Branca pelo presidente Kennedy. Depois passou quatro anos em Gana, na África, onde fundou a primeira escola de vôo planado para negros. Na década de 70 continuou uma veterana das competições aéreas com muitas vitórias. Hanna Reitsch faleceu de enfarto em Frankfurt, em ago./1979, aos 67 anos de idade. Nunca se casou ou teve filhos.
Principais condecorações:
28/03/41 Cruz de Ferro 1939 2ª Classe
??/03/41 Brevê de Piloto/Observador em Ouro com Diamantes
05/11/42 Cruz de Ferro 1939 1ª Classe

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