Johann Georg Elser nasceu em jan./1903 no estado de Württemberg. Seu pai, Ludwig, era fazendeiro e comerciante de antiguidades e desejava ver seu filho seguir seus passos. Após concluir os estudos Elser auxiliou nos negócios de seu pai, mas queria seguir outra carreira. Matriculou-se em escolas de aprendizagem de operador de torno e, mais tarde, carpintaria. Depois de formado, trabalhou em diversos locais e fixou-se, por quatro anos, numa fábrica de relógios em Konstanz onde adquiriu o conhecimento necessário para construir bombas. Em 1930 sua namorada, Mathilde, deu à luz um menino, filho de Elser. A gravidez não fora planejada e Elser, para desgosto de seus pais, não se casou e nem manteve o relacionamento com a jovem mãe e seu bebê.
Em 1933 quando os nazistas chegaram ao poder, Elser recusou-se a fazer a famosa saudação ao Führer pois odiava o regime. Não comparecia aos discursos de Hitler como era comportamento natural na época e sequer escutava as propagandas nazistas pelo rádio. Sua oposição no início era apenas por questões trabalhistas, como redução de salário ou condições adversas aos operários. Detestava as restrições impostas aos direitos civis, ao trabalho por livre escolha e a liberdade religiosa.
Em nov./1938 Elser viajou para Munique a fim de participar do 15º aniversário do fracassado putsch impetrado pelos nazistas naquela cidade em 1923. Na verdade seu interesse não era político, mas sim observar os fatos e escolher uma boa oportunidade para assassinar o ditador. Curiosamente ele foi testemunha da "Noite das Vidraças Quebradas", ocasião na qual o regime, através das SA e SS, promoveu uma perseguição generalizada às lojas dos judeus bem como incendiou suas sinagogas. Este fato, associado à pouca segurança que cercou Hitler durante o evento, fez Elser se decidir pelo atentado no mesmo evento do ano seguinte, colocando uma bomba-relógio na cervejaria onde se dava o discurso. Ele pensava que Hitler poderia levar a Alemanha à guerra se continuasse propagando a violência e o terror aos seus adversários. Elser esperou, pacientemente, por um ano, estudando seu plano maquiavélico para eliminar Hitler. Com a eclosão da guerra, em set./1939, Elser ratificou suas convicções e agiu com mais entusiasmo nos preparativos.
Na noite de 08/11/1939 Hitler fazia seu discurso anual aos "velhos camaradas" na Bürgerbraükeller, a famosa cervejaria de Munique, que servira de palco para tantos comícios do NSDAP no início dos anos 20. A bomba estava plantada cuidadosamente por Elser, bem oculta numa enorme pilastra atrás do palanque. Subitamente o Führer decidiu antecipar o fim do falatório, pois precisava viajar para Berlim sem falta. Às 21:20 h a bomba explodiu exatamente como havia sido planejada por Elser, contudo o ditador já deixara o local meia hora antes. Oito pessoas morreram e 63 ficaram feridas, muitas das quais seriamente. O atentado falhara !
Elser, antes mesmo da explosão, já havia sido detido para averiguação na fronteira da Suíça. No bolso de seu casaco havia sido encontrado fotos da cervejaria. Imediatamente foi transferido para Munique e interrogado pela Gestapo. No início negou o envolvimento, entretanto as evidências lhe eram por demais incriminatórias. Elser confessou e, posteriormente, foi submetido a severa tortura, pois os agentes suspeitavam de um grande complô contra o regime. Elser passou por dois campos de concentração, mas sua vida sempre foi poupada devido a possibilidade de haver alguma conexão sua com outros grupos conspiradores, embora ele sempre negasse o fato. Com o final da guerra se aproximando e a iminente derrota da Alemanha, Hitler ordenou sua execução para que não sobrevivesse ao regime o "homem solitário que tentara assassinar o Führer". No dia 09/04/1945 Elser foi assassinado no campo de Dachau com um tiro de pistola.
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