Adolf Hitler viveu em Viena até mai./1913. Aos 24 anos, órfão de pai (Alois Hitler - jun./1837- jan./1903) e mãe (Klara Pölzl - ago./1860-dez./1907), sem dinheiro, amigos ou trabalho fixo desenvolveu aversão por sua terra natal, pois para ele, a capital do Império Austro-húngaro era um aglomerado de raças e aquela mistura estava destruindo o velho lugar de cultura alemã. Fracassara como pintor ou arquiteto e perambulava pelas ruas tal qual um vagabundo em busca de biscates, todavia tinha auto-confiança e um profundo senso de missão a cumprir. Havia chegado a hora de partir para a Alemanha.
Alojou-se em Munique, a capital do estado da Baviera. Sua vida não melhoraria em nada, entretanto residia na terra que amava fazendo trabalhos de pintor freelancer. Em fev./1914 foi localizado pelas autoridades austríacas para se apresentar ao serviço militar obrigatório. Uma lesão pulmonar o reprovou mesmo para serviços auxiliares. De qualquer forma, para ele, foi um alívio, pois não desejava servir ao Exército de um país que caminhava para a profanação racial. Em agosto a guerra estourou e ele vislumbrou uma grande oportunidade de mudar de vida. Devido ao fato de não ser cidadão alemão, fez uma petição ao rei Ludwig III, da Baviera, solicitando permissão para ser voluntário. Foi aceito!
Incorporado como Recruta à 1ª Cia. do 16º Regimento de Infantaria de Reserva Bávaro na função de mensageiro, após o período de treinamento, foi enviado ao front oeste em fins de out./1914. Logo sua unidade estava engajada na 1ª Batalha de Ypres, na Bélgica. Em quatro dias de violentos combates 60% do efetivo do regimento foi dizimado. Os ingleses haviam detido a ofensiva alemã rumo ao Canal da Mancha. Durante a luta Hitler foi promovido à Gefreiter, patente intermediaria entre Soldado de 1ª Classe e Cabo. Demonstrou ser um soldado corajoso diante das adversidades e foi condecorado com a Cruz de Ferro 2ª Classe. Em out./1916, durante a Batalha do Rio Somme, foi ferido na coxa da perna esquerda por estilhaços de bomba e hospitalizado para tratamento. Após sua recuperação permaneceu afastado da linha de frente até mar./1917. No mês seguinte participou da Batalha de Arras, na França, da Batalha de Passchendaele, na Bélgica, em jul./1917 e, finalmente, da 3ª Batalha de Ypres, a última e desesperada ofensiva alemã. Hitler, em ago./1918, foi condecorado com a Cruz de Ferro 1ª Classe, uma medalha rara para soldados comuns, que ele haveria de usar, orgulhosamente, até o fim da vida. Em outubro daquele ano foi vítima de gás mostarda britânico que lhe deixou, provisoriamente, cego¹. O valente Cabo foi afastado para tratamento e durante sua convalescença recebeu a dolorosa notícia que o Exército Alemão havia se rendido aos aliados.
Para ele, assim como para muitos alemães, foi um desastre imerecido que aconteceu à sua adotada pátria, afinal os exércitos alemães não haviam sido vencidos em campo de batalha. Aquilo fora obra de traidores invisíveis que haviam "apunhalado a Alemanha pelas costas". Porém este raciocínio é falso, pois desde o final de set./1918 os exércitos das potências centrais estavam sendo repelidos em todas as frentes. Secretamente já havia um cessar-fogo sendo costurado. A Bulgária e a Turquia se retiraram do conflito, depondo armas. A causa germânica estava perdida. Para piorar o cenário a esquadra naval se amotinou recusando-se a lutar e estourou uma revolução em Hamburgo pelo final da guerra. A Áustria assinou a rendição e a Alemanha viu-se sozinha num conflito perdido. O povo alemão passava fome como consequência do bloqueio naval econômico imposto pelo inimigo e com a chegada de quase dois milhões de soldados norte-americanos descansados o governo alemão, pressionado pelos militares, solicitou a rendição. O Cabo Hitler entrou em profunda depressão e esta mágoa ele carregaria pelo resto da vida.
Contudo, como combatente, ele fora um homem singular. Segundo seus mais próximos companheiros de luta, ele não recebia cartas nem presentes de casa, jamais solicitou licença, não conversava, como era comum entre os jovens soldados, sobre mulheres, não reclamava da comida, do fedor dos mortos, da lama, da imundice ou de pragas. Um sujeito estranho, apaixonado e sério em todas as ocasiões que não praguejava contra a guerra e dedicava-se frequentemente a meditações. Preferia a companhia de seu cão de estimação, Foxl, a conversar bobagens. A bem da verdade Hitler foi um soldado bravo, nunca fez cara feia diante das difíceis ordens que recebeu. Sua tarefa de levar mensagens do quartel-general para o front, e vice-versa, era considerada de extremo risco, pois exigia exposição isolada ao fogo do inimigo que procurava, de toda sorte, abatê-lo a fim de obstruir as comunicações. Mesmo assim ele nunca foi cogitado para tarefas simples de comando ou promovido à Sargento, devido, segundo consta, à sua baixa capacidade de liderança diante de seus camaradas. Certamente uma antítese se compararmos onde chegou.
Promoções:
07/08/14 Recruta (Schültze)
03/11/14 Cabo (Gefreiter)
Principais condecorações:
02/12/14 Cruz de Ferro 1914 2ª Classe
09/03/17 Cruz de Mérito Militar com Espadas 3ª Classe do Reino da Baviera
18/05/18 Insígnia de Ferimento em preto
04/08/18 Cruz de Ferro 1914 1ª Classe
25/08/18 Ordem de Mérito Militar 3ª Classe do Reino da Baviera
Obs.: ¹ Existe uma controversa versão deste acontecimento relacionada com doença grave contraída por Adolf Hitler oito anos antes. Vide detalhes aqui.
Incorporado como Recruta à 1ª Cia. do 16º Regimento de Infantaria de Reserva Bávaro na função de mensageiro, após o período de treinamento, foi enviado ao front oeste em fins de out./1914. Logo sua unidade estava engajada na 1ª Batalha de Ypres, na Bélgica. Em quatro dias de violentos combates 60% do efetivo do regimento foi dizimado. Os ingleses haviam detido a ofensiva alemã rumo ao Canal da Mancha. Durante a luta Hitler foi promovido à Gefreiter, patente intermediaria entre Soldado de 1ª Classe e Cabo. Demonstrou ser um soldado corajoso diante das adversidades e foi condecorado com a Cruz de Ferro 2ª Classe. Em out./1916, durante a Batalha do Rio Somme, foi ferido na coxa da perna esquerda por estilhaços de bomba e hospitalizado para tratamento. Após sua recuperação permaneceu afastado da linha de frente até mar./1917. No mês seguinte participou da Batalha de Arras, na França, da Batalha de Passchendaele, na Bélgica, em jul./1917 e, finalmente, da 3ª Batalha de Ypres, a última e desesperada ofensiva alemã. Hitler, em ago./1918, foi condecorado com a Cruz de Ferro 1ª Classe, uma medalha rara para soldados comuns, que ele haveria de usar, orgulhosamente, até o fim da vida. Em outubro daquele ano foi vítima de gás mostarda britânico que lhe deixou, provisoriamente, cego¹. O valente Cabo foi afastado para tratamento e durante sua convalescença recebeu a dolorosa notícia que o Exército Alemão havia se rendido aos aliados.
Para ele, assim como para muitos alemães, foi um desastre imerecido que aconteceu à sua adotada pátria, afinal os exércitos alemães não haviam sido vencidos em campo de batalha. Aquilo fora obra de traidores invisíveis que haviam "apunhalado a Alemanha pelas costas". Porém este raciocínio é falso, pois desde o final de set./1918 os exércitos das potências centrais estavam sendo repelidos em todas as frentes. Secretamente já havia um cessar-fogo sendo costurado. A Bulgária e a Turquia se retiraram do conflito, depondo armas. A causa germânica estava perdida. Para piorar o cenário a esquadra naval se amotinou recusando-se a lutar e estourou uma revolução em Hamburgo pelo final da guerra. A Áustria assinou a rendição e a Alemanha viu-se sozinha num conflito perdido. O povo alemão passava fome como consequência do bloqueio naval econômico imposto pelo inimigo e com a chegada de quase dois milhões de soldados norte-americanos descansados o governo alemão, pressionado pelos militares, solicitou a rendição. O Cabo Hitler entrou em profunda depressão e esta mágoa ele carregaria pelo resto da vida.
Contudo, como combatente, ele fora um homem singular. Segundo seus mais próximos companheiros de luta, ele não recebia cartas nem presentes de casa, jamais solicitou licença, não conversava, como era comum entre os jovens soldados, sobre mulheres, não reclamava da comida, do fedor dos mortos, da lama, da imundice ou de pragas. Um sujeito estranho, apaixonado e sério em todas as ocasiões que não praguejava contra a guerra e dedicava-se frequentemente a meditações. Preferia a companhia de seu cão de estimação, Foxl, a conversar bobagens. A bem da verdade Hitler foi um soldado bravo, nunca fez cara feia diante das difíceis ordens que recebeu. Sua tarefa de levar mensagens do quartel-general para o front, e vice-versa, era considerada de extremo risco, pois exigia exposição isolada ao fogo do inimigo que procurava, de toda sorte, abatê-lo a fim de obstruir as comunicações. Mesmo assim ele nunca foi cogitado para tarefas simples de comando ou promovido à Sargento, devido, segundo consta, à sua baixa capacidade de liderança diante de seus camaradas. Certamente uma antítese se compararmos onde chegou.
Promoções:
07/08/14 Recruta (Schültze)
03/11/14 Cabo (Gefreiter)
Principais condecorações:
02/12/14 Cruz de Ferro 1914 2ª Classe
09/03/17 Cruz de Mérito Militar com Espadas 3ª Classe do Reino da Baviera
18/05/18 Insígnia de Ferimento em preto
04/08/18 Cruz de Ferro 1914 1ª Classe
25/08/18 Ordem de Mérito Militar 3ª Classe do Reino da Baviera
Obs.: ¹ Existe uma controversa versão deste acontecimento relacionada com doença grave contraída por Adolf Hitler oito anos antes. Vide detalhes aqui.