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A República da Polônia foi recriada após o final da 1ª Grande Guerra composta por parte dos territórios dos antigos impérios da Rússia, da Áustria-Hungria e da Prússia, os grandes derrotados daquele conflito. Ao se deflagar a 2ª Guerra Mundial, em set./1939, a Polônia foi invadida pelos nazistas por sua fronteira ocidental e pelos soviéticos por sua fronteira oriental. As Forças Armadas polonesas foram derrotadas em alguns dias e o país dividido entre seus invasores que, anteriormente, haviam pactuado em segredo a divisão "fraternal". A Alemanha recuperou as terras que havia perdido após a 1ª Grande Guerra além de se apoderar de enormes fatias da Silésia e arredores. O restante tornou-se colônia alemã. As potências ocidentais da época, França e Grã-Bretanha, apesar de reafirmarem seu apoio à Polônia, antes da invasão, nada fizeram, deixando aquele país desaparecer do mapa, configurando-se uma agressão injustificada aos olhos de uma Europa moderna, entretanto totalmente inerte.
A Polônia foi um dos países que mais sofreu durante a 2ª Guerra Mundial. Os alemães implantaram um governo de terror, caçando judeus e "inimigos" do regime, isolando-os em guetos, sob precárias condições de vida e, mais tarde, transportando-os para os campos de extermínio, onde morreriam aos milhares. No lado soviético da ocupação o povo não foi melhor tratado, pois a tirania de Stálin haveria de liquidar os prisioneiros e intelectuais não-alinhados num dos episódios mais bárbaros da História Moderna - o massacre de Katyn - onde 22 mil poloneses foram assassinados à sangue-frio e enterrados em vala comum pelo Serviço Secreto Russo (NKVD).
Todavia o povo polonês não se entregaria tão facilmente a tamanho sofrimento. Desde cedo nasceu a resistência interna, a princípio, com poucos recursos, mas apoiada pelo governo no exílio (Londres), se transformou no Exército Interno (Armja Krajowa-AK), abastecido pelos britânicos que lhe enviavam, clandestinamente, armas, munições e equipamentos de comunicação. Alemães e soviéticos colaboravam entre sí na eliminação destes núcleos de resistência poloneses até jun./1941, quando Hitler deslanchou seu ataque à Rússia, colocando por terra a nefasta aliança. A ameaça russa sobre os poloneses desapareceu, mas a nazista aumentou com o início do extermínio de judeus em Treblinka e Auschwitz.
Em abr./1943 os judeus remanescentes do gueto de Varsóvia, levantaram-se contra seus opressores nazistas, em luta desesperada. O resultado não poderia ser outro - a rebelião foi sufocada e os judeus insurgentes enviados aos campos de concentração. O gueto propriamente dito, uma grande área residencial da capital, foi completamente incendiado. Mais de 56 mil poloneses morreram na rebelião, asfixiados pelas bombas de gás, por suicídio ou no confronto direto com os alemães. O evento entrou para a história como a primeira reação civil à crueldade nazista.
Em abr./1943 os judeus remanescentes do gueto de Varsóvia, levantaram-se contra seus opressores nazistas, em luta desesperada. O resultado não poderia ser outro - a rebelião foi sufocada e os judeus insurgentes enviados aos campos de concentração. O gueto propriamente dito, uma grande área residencial da capital, foi completamente incendiado. Mais de 56 mil poloneses morreram na rebelião, asfixiados pelas bombas de gás, por suicídio ou no confronto direto com os alemães. O evento entrou para a história como a primeira reação civil à crueldade nazista.
Em dez./1943 o AK, cujo efetivo chegara a 350 mil combatentes, planejava uma rebelião geral na capital, dado que as tropas nazistas estavam em franca retirada do território soviético. Contudo havia um fato que não saia da memória dos poloneses - o massacre de Katyn! Como ajudar os soviéticos se estes haviam friamente assassinado seus companheiros em 1940? Além disso de que adiantaria trocar um ditador alemão por outro russo? Considere nesta afirmação que, certamente, Stálin exigiria, após a expulsão dos alemães, que a Polônia ficasse sob sua zona de influência política. Não interessava em nada ao tirano russo a independência da Polônia e ele deixou isso bem claro quando decidiu apoiar militarmente apenas outro grupo menor de resistência polaco, o Exército do Povo (Armja Ludowa-AL), nos locais onde os comunistas tinham influência.
Em jul./1944 os russos tomaram a cidade de Lublin, na Polônia oriental, marchando ao lado de uma divisão polonesa, leal à Moscou. Logo uma "Comissão Polonesa para a Libertação Nacional" foi instalada a fim de rivalizar com o governo no exílio. Desta forma o poder comunista chegou à Polônia. Os líderes do AK estavam cientes destes acontecimentos e decidiram que era chegada a hora, não havia mais tempo a perder! Era preciso libertar a capital antes da chegada dos soviéticos, conquistando assim o direito à soberania.
Em 1º de agosto de 1944 foi lançada a "Operação Tempestade" cujo objetivo era expulsar em poucos dias as remanescentes tropas nazistas até a chegada do Exército Vermelho, situado a poucos quilômetros de distância. Quando a luta começou, Stálin demonstrou todo o seu lado diabólico, determinando a interrupção do avanço do grande efetivo de seus soldados, esperando que o fracasso da insurreição em Varsóvia lhe desse a oportunidade de ocupar a Polônia de forma inconteste. A batalha na capital foi violenta e durou longos dois meses sem que os russos participassem de nada. A cidade foi quase que totalmente destruída e os rebeldes que sobreviveram, abandonados por todos os seus aliados, renderam-se. A contabilidade das perdas dá a dimensão exata da batalha: o AK perdeu 16 mil soldados, 9 mil foram feitos prisioneiros além de 6 mil feridos. Os alemães registraram 2 mil mortos e 9 mil feridos. Um detalhe assustador: quase 200 mil civis morreram massacrados pelas tropas SS.
Em jan./1945 o Exército Vermelho entrou na capital polonesa encontrando uma cidade fantasma com 95% dos prédios destruídos e milhares de civis soterrados. Mais uma vez a Polônia sangrara por estar situada geograficamente no meio de dois países governados por tiranos malígnos. Ao terminar as hostilidades da 2ª Guerra Mundial, a Polônia havia perdido 6 milhões de habitantes, metade deles judeus.
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