Alois Hitler |
Klara Hitler |
Com poucos recursos, mal alimentado, mal vestido e sem trabalho fixo, tornou-se mais um biscateiro a perambular sem destino pelas ruas da capital austríaca. Assim é que, em suas andanças, conheceu outros homens em situação semelhante com quem passou a dividir albergues de baixíssima qualidade. Ocasionalmente vendia a comerciantes locais alguma de suas "obras de arte" caseiras de gosto duvidoso, conseguindo alguns trocados que gastava em bares tomando café e lendo as notícias do dia. Vez por outra chamava a atenção de algum cliente desavisado a quem enchia os ouvidos com suas inoportunas arengas políticas. Contudo sua rotina não se limitava apenas a esse passa-tempo.
Como qualquer outro homem de sua idade ele tinha desejo sexual e, na situação que se encontrava, nada mais lhe restava senão satisfazer-se com alguma prostituta barata. Adolf e seus companheiros conheceram uma tal Hannah, por ironia do destino de origem judaica, a quem visitavam com certa frequência e por vezes até brigavam entre si ao ponto da agressão física. Hannah decerto não primava pela higiene e seus clientes, muito embora tivessem ouvido falar de doenças venéreas, tinham conhecimento vago sobre o assunto. Essencialmente promíscuos eles não deram muita importância ao fato dela ter, segundo lhes pareciam, algumas "picadas de pulga" pelo corpo. Alguns dias depois, Adolf ao se despir diante do forno do quarto do albergue para matar os piolhos de suas roupas, deixou aparecer um exantema róseo que seus colegas não associaram a Hannah. Na verdade eles não se assustaram visto que, na situação que viviam, não podiam desejar uma saúde perfeita, mesmo porque eles próprios carregavam tais infecções. Mais tarde esses dois companheiros perceberam que o exantema trouxe outras manifestações desagradáveis e procuraram tratamento médico cujo diagnóstico fora sífilis. Foi quando caíram em si e lembraram-se de Hannah. Provavelmente nesta ocasião Hitler também já estava no mesmo estado primário da doença. O médico prescreveu-lhes um tratamento à base de mercúrio e ficaram pensando, muito embora houvesse ressentimento entre eles, que seu incômodo companheiro de quarto também procurara tratamento médico. Parece que não o fez!
Um pouco de medicina¹:
Os sintomas da sífilis se caracterizam em três fases: preliminar, secundária e terciária. Na fase preliminar os sintomas surgem a partir do décimo dia da infecção. O mais comum é o surgimento de pequenas úlceras indolores nos órgãos genitais (cancro) que desaparecem dentro de seis semanas no máximo. As vezes de tão pequenas passam despercebidas. Não havendo tratamento a doença se desenvolve para a fase secundária que se manifesta após duas semanas do desaparecimento das feridas. Nesta fase ocorre o surgimento de coceira na pele, com inchaço, em qualquer parte do corpo sendo mais comumente na palma das mãos e dos pés. Além disso pode haver febre, dor de cabeça, fadiga, dor nas articulações, perda de peso e até queda de cabelo. Estes sintomas podem ser frequentes ou alternados e levam meses. A doença, nesta fase, parece que foi extinta e leva anos e até décadas para novamente se manifestar, dependendo de cada paciente. Sem tratamento adequado chega-se a última fase, terminal, quando os sintomas podem afetar o cérebro, os nervos, olhos, coração, pele, ossos e vasos sanguíneos. No cérebro as consequências levam a perda da memória, desorientação, falta de discernimento, perda do senso crítico, demência, psicose, idéias frequentes de grandeza e poder (megalomania), tremores, oscilação de humor, depressão, falta de coordenação, paralisia dos membros, surdez, cegueira e problemas cardíacos podendo levar ao óbito. De todas as infecções que atacam o homem, a sífilis é, sem dúvida, a que produz efeitos mais devastadores quando invade o cérebro.
Felix Kersten (set./1898-abr./1960), terapeuta muscular de Heinrich Himmler (vide bio aqui), descreve em seu diário, em dez./1942, que seu paciente havia lhe solicitado, sigilosamente, que ajudasse no tratamento de Adolf Hitler, entregando-lhe um relatório secreto com sua ficha médica do tempo em que ficara provisoriamente cego em out./1918, já no final da 1ª Grande Guerra (vide detalhes aqui). Ali fica claro que Hitler estava sofrendo de cegueira histérica e não de qualquer dano causado pelo gás mostarda lançado pelos ingleses. Tratava-se de uma perturbação nervosa muito comum nos casos de sífilis, conforme assinado pelo oftalmologista que o atendeu. Hitler foi enviado para tratamento numa Clínica de Doenças Venéreas, contudo não há registro algum de sua passagem por ali. Decerto tudo foi confiscado e destruído mais tarde pela Gestapo. Cabe registrar o fato de três renomados médicos responsáveis pelo prontuário de Hitler terem destinos curiosos² - Edmund Forster (set./1878-set./1933), neuropsiquiatra, suicidou-se em set./1933, Karl Kroner (?/1878-ago./1954) foi detido e levado a campo de concentração no dia seguinte à "Noite das Vidraças Quebradas", em nov./1938 e Ernst Weiss (ago./1882-jun./1940), psiquiatra, fugiu da perseguição nazista para a França, suicidando-se em jun./1940 quando as tropas alemães invadiram Paris. É revelador também o fato do General Ferdinand von Bredow (mai./1884-jun./1934), conhecedor dos laudos médicos sobre a "cegueira" do ditador, ter comentado com algumas pessoas o que sabia, sendo, mais tarde, assassinado na "Noite dos Longos Punhais", em jun./1934. Estes episódios mostram, claramente, que havia uma ação nazista orquestrada para eliminar todos aqueles que conheciam de alguma forma a versão verdadeira do histórico psiquiátrico de Hitler.
Theodor Morell (jul./1886-mai./1948), médico de Hitler, já lhe estava aplicando injeções frequentes para estancar o "mal" pouco depois do início da 2ª Guerra. "Mal" este sigiloso e, curiosamente, tratado por alguém que havia sido indicado para cuidar de doença venérea contraída pelo notório homossexual Heinrich Hoffmann (out./1885-dez./1957), amigo pessoal e fotógrafo do ditador. Morell é considerado por muitos estudiosos o responsável pela deterioração da saúde do seu paciente, portanto charlatão. Diariamente administrava-lhe um coquetel de drogas, tônicos, vitaminas e outras substâncias. A lista é enorme, porém pode-se destacar: anfetamina (emagrecimento e distúrbios neurológicos), atropina (controle da frequência cardíaca, entretanto se usada em doses altas provoca alucinações), cocaína por via ocular (anestésico local e antidepressivo), morfina (narcótico para dores severas), estricnina (laxante e outros problemas estomacais), brometo de potássio (indicado para a epilepsia), testosterona (regula o desempenho sexual), metanfetamina (estimulante do sistema nervoso central, causando dependência), cafeina (estimulante da atividade cerebral), propifenazona (relaxante muscular para dor) e oxicodona (dores crônicas). Morell foi exonerado de suas funções nos últimos dias da guerra por falta de confiança no tratamento.
Tudo leva a crer, embora muito se especule sobre esta questão, que os ataques de fúria de Adolf Hitler contra tudo e todos que a ele se opunham, tinham uma causa bem definida - a sífilis contraída ainda jovem em Viena, por volta de 1910. Os registros médicos e as testemunhas foram todas "apagadas" como vimos acima, entretanto, caros leitores, imaginem a cena - a 9 de janeiro de 1945, após a contenção pelos aliados da ofensiva alemã no oeste (Batalha das Ardenas), o General Heinz Guderian (vide bio aqui), chefe de E-M do Exército, foi ao encontro de Hitler em seu quartel-general, acompanhado de um oficial de inteligência e tentou expôr ao Führer a precária situação das forças alemãs diante da iminente ofensiva soviética no norte. O ditador perdeu completamente a calma - olhos vermelhos esbugalhados, rosto em brasa, cabelos esvoaçantes pelos bruscos movimentos da cabeça, espumava pelo canto da boca, mãos fechadas como que desejando espancar alguém, corpo tremendo, fora de si, vociferava impropérios declarando serem idiotas tais documentos a ele entregues e ordenou que se encerrasse num asilo de loucos o homem que os fizera. Tudo isto indicava o caráter do homem e o estado de sua debilitada saúde física e mental. A mania de transferir sua culpa aos que odiava, o medo de conspirações, a incapacidade de encarar uma situação adversa e a hipocondria crescente eram sinais claros da doença em estágio final. A sífilis quando se instala na medula espinhal corrompe totalmente o homem afetado. Caso alguém comentasse - ele está doente e precisa de tratamento imediato, seria, prontamente, levado diante de um pelotão de fuzilamento!
Obs.: ¹ www.News-medical.net e www.psiquiatriageral.com.br
² Revista de Psiquiatria Clínica , vol. 33 nº 4 (www.scielo.br).
Um pouco de medicina¹:
Os sintomas da sífilis se caracterizam em três fases: preliminar, secundária e terciária. Na fase preliminar os sintomas surgem a partir do décimo dia da infecção. O mais comum é o surgimento de pequenas úlceras indolores nos órgãos genitais (cancro) que desaparecem dentro de seis semanas no máximo. As vezes de tão pequenas passam despercebidas. Não havendo tratamento a doença se desenvolve para a fase secundária que se manifesta após duas semanas do desaparecimento das feridas. Nesta fase ocorre o surgimento de coceira na pele, com inchaço, em qualquer parte do corpo sendo mais comumente na palma das mãos e dos pés. Além disso pode haver febre, dor de cabeça, fadiga, dor nas articulações, perda de peso e até queda de cabelo. Estes sintomas podem ser frequentes ou alternados e levam meses. A doença, nesta fase, parece que foi extinta e leva anos e até décadas para novamente se manifestar, dependendo de cada paciente. Sem tratamento adequado chega-se a última fase, terminal, quando os sintomas podem afetar o cérebro, os nervos, olhos, coração, pele, ossos e vasos sanguíneos. No cérebro as consequências levam a perda da memória, desorientação, falta de discernimento, perda do senso crítico, demência, psicose, idéias frequentes de grandeza e poder (megalomania), tremores, oscilação de humor, depressão, falta de coordenação, paralisia dos membros, surdez, cegueira e problemas cardíacos podendo levar ao óbito. De todas as infecções que atacam o homem, a sífilis é, sem dúvida, a que produz efeitos mais devastadores quando invade o cérebro.
Felix Kersten (set./1898-abr./1960), terapeuta muscular de Heinrich Himmler (vide bio aqui), descreve em seu diário, em dez./1942, que seu paciente havia lhe solicitado, sigilosamente, que ajudasse no tratamento de Adolf Hitler, entregando-lhe um relatório secreto com sua ficha médica do tempo em que ficara provisoriamente cego em out./1918, já no final da 1ª Grande Guerra (vide detalhes aqui). Ali fica claro que Hitler estava sofrendo de cegueira histérica e não de qualquer dano causado pelo gás mostarda lançado pelos ingleses. Tratava-se de uma perturbação nervosa muito comum nos casos de sífilis, conforme assinado pelo oftalmologista que o atendeu. Hitler foi enviado para tratamento numa Clínica de Doenças Venéreas, contudo não há registro algum de sua passagem por ali. Decerto tudo foi confiscado e destruído mais tarde pela Gestapo. Cabe registrar o fato de três renomados médicos responsáveis pelo prontuário de Hitler terem destinos curiosos² - Edmund Forster (set./1878-set./1933), neuropsiquiatra, suicidou-se em set./1933, Karl Kroner (?/1878-ago./1954) foi detido e levado a campo de concentração no dia seguinte à "Noite das Vidraças Quebradas", em nov./1938 e Ernst Weiss (ago./1882-jun./1940), psiquiatra, fugiu da perseguição nazista para a França, suicidando-se em jun./1940 quando as tropas alemães invadiram Paris. É revelador também o fato do General Ferdinand von Bredow (mai./1884-jun./1934), conhecedor dos laudos médicos sobre a "cegueira" do ditador, ter comentado com algumas pessoas o que sabia, sendo, mais tarde, assassinado na "Noite dos Longos Punhais", em jun./1934. Estes episódios mostram, claramente, que havia uma ação nazista orquestrada para eliminar todos aqueles que conheciam de alguma forma a versão verdadeira do histórico psiquiátrico de Hitler.
Dr. Morell |
Tudo leva a crer, embora muito se especule sobre esta questão, que os ataques de fúria de Adolf Hitler contra tudo e todos que a ele se opunham, tinham uma causa bem definida - a sífilis contraída ainda jovem em Viena, por volta de 1910. Os registros médicos e as testemunhas foram todas "apagadas" como vimos acima, entretanto, caros leitores, imaginem a cena - a 9 de janeiro de 1945, após a contenção pelos aliados da ofensiva alemã no oeste (Batalha das Ardenas), o General Heinz Guderian (vide bio aqui), chefe de E-M do Exército, foi ao encontro de Hitler em seu quartel-general, acompanhado de um oficial de inteligência e tentou expôr ao Führer a precária situação das forças alemãs diante da iminente ofensiva soviética no norte. O ditador perdeu completamente a calma - olhos vermelhos esbugalhados, rosto em brasa, cabelos esvoaçantes pelos bruscos movimentos da cabeça, espumava pelo canto da boca, mãos fechadas como que desejando espancar alguém, corpo tremendo, fora de si, vociferava impropérios declarando serem idiotas tais documentos a ele entregues e ordenou que se encerrasse num asilo de loucos o homem que os fizera. Tudo isto indicava o caráter do homem e o estado de sua debilitada saúde física e mental. A mania de transferir sua culpa aos que odiava, o medo de conspirações, a incapacidade de encarar uma situação adversa e a hipocondria crescente eram sinais claros da doença em estágio final. A sífilis quando se instala na medula espinhal corrompe totalmente o homem afetado. Caso alguém comentasse - ele está doente e precisa de tratamento imediato, seria, prontamente, levado diante de um pelotão de fuzilamento!
Obs.: ¹ www.News-medical.net e www.psiquiatriageral.com.br
² Revista de Psiquiatria Clínica , vol. 33 nº 4 (www.scielo.br).
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