quinta-feira, 1 de junho de 2017

Os brasileiros afastam o Marechal Rommel da guerra



As histórias inusitadas da 2ª Guerra Mundial chegam a surpreender e, não raramente, são classificadas como falsas. Quem poderia imaginar que o talentoso estrategista militar Marechal-de-campo Erwin Rommel (vide bio aqui), foi afastado da linha de combate na França através do apoio de uma campanha arrecadatória brasileira de fundos financeiros para a guerra? Não! Impossível! ... muitos dirão. Vamos à história.
No fim do ano de 1940 quando a guerra já estava em curso há mais de um ano, França, Bélgica, Holanda, Polônia, Noruega, Tchecoslováquia e Dinamarca já haviam deposto suas armas contra as Wehrmacht. Sobrara apenas a Inglaterra, contudo o ditador nazista havia planejado uma operação de desembarque nas praias britânicas. A Operação Leão Marinho somente seria deslanchada após a conquista do espaço aéreo. A famosa Batalha da Inglaterra, iniciada em agosto de 1940 estava, em outubro, pendendo para o lado britânico, contudo a enorme custo de homens e armas. Para repor estas perdas muitos países resolveram ajudar o adversário solitário e, aqui no Brasil, não foi diferente. Tom W. Sloper (da loja de departamentos que levava seu nome), cidadão brasileiro de ascendência inglesa, iniciou em novembro uma campanha modesta a fim de angariar fundos por telefone conhecida como “Fraternidade do Fole”, inspirando-se numa associação semelhante criada em Buenos Aires no mês anterior. O objetivo era comprar aviões a serem doados à RAF (Real Força Aérea). O sucesso foi tão grande que novos empresários aderiram e o número de participantes se expandiu atingindo 10 estados brasileiros assim como outros países da América Latina. Era, a princípio, uma brincadeira onde se comprava uma caderneta (tipo rifa) por Cr$ 5,00 e as mensalidades eram determinadas de acordo com o número de aviões alemães abatidos. Os contribuintes mais “sortudos” recebiam “promoções” depois de contabilizada a soma de seus “abates”. O resumo mensal do jogo era publicado no jornal carioca Correio da Manhã.
Com o avançar da guerra na Europa e por outros fronts a brincadeira do “fole”, como ficou conhecida, chegou a angariar um saldo de 80 mil Libras remetido à Inglaterra além de outros Cr$ 5,2 milhões doados à FAB (Força Aérea Brasileira), tão logo o Brasil entrou no conflito mundial, em agosto de 1942. Com os recursos doados à RAF foram comprados cinco Supermarine Spitfire MK-V, batizados de Brazil 1 até Brazil 5 (entre out./42 e abr./43). Além disso, com a produção britânica de novos caças de 2ª geração, nove Hawker Typhoon MK-1, batizados de Bellow Brazil de I a IX (em out./43), armados com canhões e foguetes, foram adquiridos pelas contribuições brasileiras.
Na tarde de 17/07/1944 o Marechal-de-campo Erwin Rommel, após uma visita ao 1º Corpo Panzer, deslocava-se ao norte do território francês em direção a seu quartel-general na cidade de La Roche-Guyon quando foi avistado na estrada por dois caças Typhoon da 193ª Esquadrilha Bellow Brazil da RAF. O ataque foi rápido e certeiro. O carro foi metralhado e capotou. Rommel foi lançado à distância, ficou inconsciente com ferimentos graves e seu motorista morreu mais tarde. O condecorado oficial sênior foi retirado do front para tratamento com fratura dupla de crânio, maxilar fraturado e escoriações generalizadas. Muito embora os médicos estivessem céticos, ele se recuperou rapidamente, todavia sua carreira havia terminado.





Com seu motorista

em recuperação

Nenhum comentário:

Postar um comentário