segunda-feira, 6 de maio de 2013

Mussolini Mostra Sua Face - II


Antes mesmo da queda da França diante das tropas nazistas, Mussolini, numa campanha militar relâmpago, conquistou a Albânia. Foi a forma que o ditador italiano encontrou para responder à altura o fato de Adolf Hitler, seu aliado, haver anexado a Áustria (mar./1938) e a Tchecoslováquia (mar./1939) sem notificá-lo previamente. Em 07/04/1939 22 mil soldados italianos comandados pelo General Guzzoni com apoio aeronaval atravessaram o Mar Adriático e atacaram os portos albaneses simultâneamente. O exército imperial albanês composto por apenas 15 mil homens, pessimamente equipado, não conseguiu conter a ofensiva e no dia seguinte os prédios do governo, na capital Tirana, foram tomados. A luta ainda prosseguiria por mais cinco dias com os defensores resistindo em pequenas ações de emboscada rudimentar. No dia 12/04 o parlamento da Albânia depôs o Rei Zog I (out./1895-abr./1961) que, bem antes da invasão, já vinha sofrendo forte pressão italiana para aceitar a anexação do seu império à Itália. A Coroa albanesa foi oferecida ao Rei da Itália, Victor Emmanuel III. Na sequência, foi criado o Império Italiano composto por três coroas - a albanesa, a etíope (conquistada em mai./1936) e a própria coroa italiana. Os planos de Mussolini, que certamente tinham o objetivo de ofuscar o crescimento territorial de Hitler, pareciam estar no caminho certo.
Entusiasmado pelo sucesso alcançado, Mussolini passou a cobiçar o território grego. A pressão diplomática italiana foi intensificada, mas não conseguiu quebrar a resistência dos gregos que rejeitaram, inclusive, o ultimato lançado. Estas ações fizeram a Grã-Bretanha garantir a integridade do território grego. Em 28/10/1940 o exército italiano atravessou a fronteira da Albânia com a Grécia. Dizem que Mussolini, nesta ocasião, remeteu a Hitler um comunicado sobre a invasão com data de uma semana antes com o fito de evitar o cancelamento da operação. O exército do país invadido, sob o comando do General Papagos, embora muito menor que o invasor, porém com apoio popular, conseguiu resistir bravamente e até contra-atacar ao ponto de expulsar o inimigo, acossado pelo frio, de volta à Albânia e conquistar parte considerável daquele território até dezembro. Novamente Mussolini via-se em maus lençóis, mas recusava-se a recorrer ao seu aliado Hitler. Cabe recordar que neste período a Alemanha já fizera aliança com os países dos Balcãs (Hungria, Romênia e Iugoslávia) e alguns meses depois acabaria sufocando uma rebelião nacionalista em Belgrado (Operação Revide) que rejeitava a permanência de tropas nazistas em seu território. Em mar./1941 Mussolini autorizou uma nova ofensiva de grande proporção no mesmo momento em que o ditador alemão planejava lançar sua "Operação Marita" a fim de ocupar a Grécia. O objetivo germânico era garantir o flanco sul da Europa antes de deslanchar a invasão da Rússia. 
Os movimentos iniciais da força italiana tiveram algum sucesso, entretanto fracassaram totalmente em desalojar os soldados gregos em 20/03. Por outro lado, a iminência do assalto nazista, realizado em 06/04, era perigosa exigindo que o alto comando grego, que alocara a maior parte de sua força na frente albanesa, deslocasse suas tropas para o norte/nordeste do seu país (fronteiras com a Iugoslávia e Bulgária) a fim de conter os blindados alemães. Somente desta forma os soldados italianos conseguiram o espaço necessário para avançar. No dia 24/04/1941 as tropas nazistas e italianas ocuparam a capital grega Atenas. Os gregos, que durante seis meses haviam humilhado as forças de Mussolini, não estavam à altura das divisões blindadas da Alemanha. Por outro lado, as forças britânicas, enviadas às pressas em auxílio, foram evacuadas pelo Mediterrâneo, no sul da Grécia, em outra ação bem sucedida de retirada (vide Dunquerque). O sonho de Mussolini fora realizado por Adolf Hitler em menos de um mês, entretanto em seu próprio proveito.
A Grécia foi repartida entre os vencedores e um governo militar pró-nazista foi implantado. A Itália apoderou-se de territórios não-essenciais permitidos pelo ditador alemão, todavia o custo desta conquista havia sido, novamente, caro demais para Mussolini. Estima-se que as perdas humanas das tropas italianas chegaram a mais de treze mil, tal qual as gregas, entretanto houve mais feridos, desaparecidos e prisioneiros. De qualquer forma ficara evidente que se não fosse a intervenção nazista os italianos amargariam um derrota inconteste.
Para a maioria dos historiadores e estrategistas militares essa nova trapalhada de Mussolini mudou de forma capital o curso da 2ª Guerra, pois a ação alemã na Grécia fez com que a invasão da Rússia fosse adiada por dois meses. A conquista de Moscou poderia ter sido realizada antes de dez./1941 sem o rigor da temperatura extrema e, talvez, não houvesse a derrota em Stalingrado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário